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A tenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Antônia Shyrley Damasceno Silva foi condenada pela Justiça Estadual por cometer crimes como tentativa de estelionato e de abuso de confiança ou de boa-fé. Ela foi acusada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de utilizar documentos falsos para tentar ser promovida na Corporação. 

A Vara da Auditoria Militar condenou a oficiala a 2 anos e 8 meses de reclusão (pena mais severa), pela tentativa de estelionato; e a mais 8 meses de detenção (pena mais leve), pelo abuso de confiança ou de boa-fé. Segundo a decisão judicial, "as penas são diversas e não se somam, serão cumpridas em regime inicial aberto".

Em contrapartida, a policial militar foi absolvida pela Justiça das acusações pelos crimes de recusa de obediência e inobservância de lei, regulamento ou instrução. A decisão judicial foi proferida no dia 24 de abril último e publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da última quinta-feira (2).

Conforme a decisão, a tenente Antônia Shyrley enviou documentos para pleitear a promoção para capitã, em setembro de 2021, com a ajuda de um soldado - que não teria conhecimento da falsificação e não foi processado por nenhum crime. "Restou provado, ainda, que os documentos foram submetidos à apreciação da Comissão de Promoção de Oficiais (CPO), momento que foi constatada a inconsistência na referida declaração", narra o documento.

Ao ser interrogada, a acusada negou a prática dos crimes e conhecimento dos documentos. A militar alegou ainda que o soldado quem tinha responsabilidade pela inserção das informações e que ela não fez nenhuma movimentação no sistema utilizado pela Polícia Militar. A oficiala negou também o envio de documentos pelo WhatsApp ao soldado e alegou que tal aplicativo não pode ser usado como instrumento válido de comunicação.

O QUE DIZIA A DENÚNCIA

Em abril de 2022, o Ministério Público do Ceará apresentou denúncia apontando que Antônia Shirley teria praticado os crimes de uso de documento falso, abuso de confiança e estelionato contra a administração militar em sua forma tentada. O órgão acusatório expôs que os crimes tinham como objetivo que a militar somasse 900 pontos para ser promovida.

"A denunciada utilizou um dito documento assinado pelo comandante da corporação, expediente este materialmente falso, para induzir em erro a Administração Militar - através do comandante da unidade e do sargento ante do aquartelamento em que servia - fazendo publicar em boletim interno três certificados de cursos de pós-graduação também parcialmente falsos, com o escopo de auferir pontuação suficiente para ser promovida ao posto de capitão da Polícia Militar, conquanto não fizesse jus à referida promoção", argumentou o MPCE.

Ainda conforme o Órgão acusatório, a vantagem ilícita a colocaria na frente "em detrimento dos demais oficiais subalternos regularmente aptos para concorrer, que seriam prejudicados pela atitude da tenente, fato que apenas não se consumou por motivo alheio à vontade da denunciada".

Fonte: Diário do Nordeste