Um casal de Assaré, no interior do Ceará, afirma ter sido vítima de um golpe que teria sido aplicado dentro do Cartório de 2º Ofício do município. Beatriz Tarcila Bezerra Leite e seu esposo, Carlos Augusto Santos Dias, relataram que, ao tentarem regularizar a compra de um imóvel rural, foram induzidos a contratar serviços supostamente oferecidos pelo próprio cartório, resultando em um prejuízo financeiro de mais de R$ 11 mil e forte abalo moral.
Segundo o casal, em 2024, após adquirirem um imóvel na zona rural de Assaré, procuraram o cartório para transferir a propriedade para o nome de Beatriz. No local, a escrevente substituta Patrícia Lacerda Gregório teria ofertado serviços de “Despachante de Crédito”, que incluíam: elaboração de projeto de georreferenciamento, intermediação total entre cartório e Banco do Nordeste e regularização do terreno rural. O objetivo final seria a obtenção de um empréstimo rural no valor de R$ 1,5 milhão junto ao Banco do Nordeste.
De acordo com o relato, a funcionária garantiu que todo o processo seria conduzido pelo cartório, cabendo aos clientes apenas o pagamento das taxas e a entrega da documentação solicitada. Entre abril e julho de 2024, Beatriz afirma ter realizado quatro pagamentos via PIX, tanto para a própria escrevente quanto para a tabeliã do cartório, Rosangelica Pereira Castelo Branco Campos.
Os valores foram:
26/04/2024: R$ 2.598,55 para conta da tabeliã e R$ 1.644,00 para a conta da escrevente;
22/05/2024: R$ 2.047,74 para a conta da escrevente;
09/07/2024: R$ 4.635,27 para a conta da escrevente.
Somando-se todos os repasses, o prejuízo ultrapassa os R$ 11 mil.
Durante o processo, o casal teria recebido documentos com selo de autenticação do cartório e uma “declaração de saque” supostamente emitida pelo Banco do Nordeste, autorizando a retirada de 20% do valor do empréstimo. No entanto, ao procurarem diretamente a agência do banco em Juazeiro do Norte, foram informados que não havia qualquer solicitação de crédito em andamento e que as assinaturas constantes nos documentos não pertenciam aos gerentes Raimundo Vandir Farias Júnior e Elisberto Lincon de Oliveira.
Diante da constatação da fraude, os dois registraram Boletim de Ocorrência e denunciaram o caso à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Ceará. O inquérito policial está em andamento.
_“Além da perda financeira, sofremos um grande abalo psicológico. Passamos mais de um ano sendo enganados por uma instituição que, em tese, deveria transmitir confiança e segurança”, desabafa Beatriz._
O casal pede que a denúncia seja divulgada para alertar outros possíveis prejudicados e para que as autoridades competentes tomem as providências cabíveis.
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