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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento de dois novos projetos de geração de energia solar nos estados de São Paulo e Ceará. O investimento totaliza aproximadamente R$ 1,14 bilhão e contempla os complexos das empresas EDP e Powerchina, que, juntos, acrescentarão cerca de 402 MW de potência instalada ao sistema elétrico nacional, garantindo uma geração física de 116,5 MW médios – energia suficiente para abastecer aproximadamente 524 mil residências.

Com essa iniciativa, o BNDES alcança a marca de R$ 11,8 bilhões em financiamentos para usinas fotovoltaicas desde sua primeira operação em 2017. No total, foram viabilizados 23 projetos, somando quase 4,5 GW de potência instalada, o que permite atender a mais de 5 milhões de residências. Apenas entre janeiro de 2023 e agosto de 2024, o banco aprovou R$ 4,1 bilhões para nove projetos, que juntos possuem capacidade para fornecer energia a 1,6 milhão de lares.

“Esses investimentos reforçam a posição do BNDES como o maior financiador de energia renovável do mundo, de acordo com ranking da Bloomberg. Além disso, estão alinhados à estratégia do governo do presidente Lula de impulsionar a transição energética no Brasil. Hoje, o país já lidera o G20 em energia limpa, com 89% da nossa matriz elétrica e 49% da matriz energética sendo de fontes renováveis”, destacou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.


Complexo Fotovoltaico Novo Oriente – Ilha Solteira (SP)

Em Ilha Solteira, no Noroeste paulista, o BNDES aprovou um financiamento de R$ 805 milhões para seis Sociedades de Propósito Específico (SPEs) do grupo EDP. O recurso será utilizado para a implantação do Complexo Fotovoltaico Novo Oriente, que terá 254,6 MW de potência instalada e contará com um sistema de transmissão compartilhado entre suas centrais geradoras. A garantia física de geração será de 73,5 MW médios, o suficiente para abastecer cerca de 331 mil residências.

O complexo será composto por seis usinas de 40,6 MW e duas de 46 MW, interligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma subestação coletora e uma linha de transmissão de 4,35 km. Além de contribuir para a manutenção da cadeia de fornecedores nacionais do setor de energia solar, o projeto ajudará a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promovendo impactos ambientais positivos.

Durante a fase de construção, serão gerados 2.320 empregos diretos, e outros 70 postos de trabalho permanentes serão criados após a entrada em operação das usinas.

A EDP anunciou o Novo Oriente Solar em 2022 como parte de sua estratégia para liderar a transição energética e expandir sua atuação na geração solar. “Esse projeto reforça nosso compromisso com a expansão da energia solar no Brasil. Com ele, ampliamos nosso portfólio em energia renovável e ajudamos empresas a descarbonizar suas operações, tornando-as mais sustentáveis”, afirmou João Marques da Cruz, CEO da EDP na América do Sul.

Complexo Fotovoltaico Mauriti – Cariri (CE)

O BNDES também aprovou um financiamento de R$ 339 milhões para três empresas do grupo Powerchina – Sunco Energy Brasil Mauriti 3, 4 e 10 – que irão desenvolver três usinas solares na cidade de Mauriti, região do Cariri cearense. Com potência instalada de 147,33 MW e geração física de 42,97 MW médios, o projeto terá capacidade para abastecer mais de 193 mil residências.

O crédito do BNDES representa cerca de 47% do investimento total no empreendimento, que incluirá a construção de um sistema de transmissão com uma subestação coletora e uma linha de transmissão de aproximadamente 15 km. O projeto faz parte do Complexo Mauriti, que contará com uma potência total de 343,77 MW, abrangendo outras seis usinas que também compartilharão o mesmo sistema de transmissão para conexão ao SIN.

Impactos e benefícios dos projetos

A construção do Complexo Mauriti deve gerar 501 empregos diretos e 474 indiretos, além de 12 postos de trabalho permanentes após a entrada em operação. O empreendimento está alinhado ao Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que busca estimular ações para reduzir os impactos ambientais e manter a alta participação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira.

Além disso, o projeto fortalece a indústria nacional de energia solar, uma vez que parte dos equipamentos utilizados será de fabricação brasileira, incluindo os rastreadores solares (trackers), dispositivos que ajustam os painéis fotovoltaicos ao longo do dia para maximizar a captação de luz solar. Esses equipamentos estão credenciados no Finame, programa do BNDES para incentivo à industrialização no país.

Com esses investimentos, o BNDES reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a ampliação da energia limpa no Brasil, fortalecendo o setor e impulsionando a transição energética no país.