Passados mais de seis meses desde que assumiu a Prefeitura do Crato, o prefeito André Barreto (PT) ainda não mostrou a que veio. A gestão, que prometia continuidade administrativa com avanços, se vê marcada por inércia, ausência de ações concretas e crescente insatisfação popular. Em praticamente todas as áreas – saúde, educação, segurança, geração de emprego, infraestrutura – o sentimento é o mesmo: estagnação.
A pergunta que ecoa nas ruas da cidade, nos bastidores da política e entre os próprios aliados é direta: quando o prefeito André Barreto vai, de fato, assumir a Prefeitura do Crato?
Um governo de continuidade que parou no tempo
André Barreto herdou uma administração aparentemente saneada financeiramente do ex-prefeito Zé Ailton Brasil, de quem foi secretário e braço direito por anos. Com a máquina pública funcionando e com diversas obras em andamento, esperava-se que o novo prefeito acelerasse a execução de projetos e imprimisse sua marca de gestão. Mas o que se viu foi exatamente o oposto.
Nestes primeiros meses, nenhuma grande iniciativa foi lançada, nenhuma política inovadora foi implantada e nenhuma resposta foi dada aos problemas históricos da cidade. A impressão, cada vez mais generalizada, é de que o prefeito não governa, não comanda, não propõe.
Na saúde, falta gestão e sobra reclamação
Na área da saúde, postos com atendimento precário, faltas constantes de médicos e medicamentos, além de demora no atendimento especializado, têm sido queixas frequentes da população. As filas para exames e consultas voltaram a crescer, e a impressão é de que o setor caminha no piloto automático, sem comando efetivo.
A ausência de planejamento e de diálogo com os profissionais da saúde agrava ainda mais o cenário, fazendo com que o SUS municipal perca qualidade e eficiência justamente quando a população mais precisa.
Educação apagada e sem investimentos visíveis
Outro setor que preocupa é a educação pública, que entrou em 2025 sem qualquer anúncio de reformas estruturantes, valorização docente ou inovação pedagógica. Não há programas claros para combater a evasão escolar, melhorar o IDEB do município ou ampliar o acesso à educação infantil.
Professores denunciam a falta de diálogo com a gestão, ausência de formação continuada e infraestrutura precária nas escolas. O ano letivo começou sem brilho, sem metas públicas e sem qualquer sinal de mudança significativa.
Geração de emprego: promessas não cumpridas
A cidade do Crato continua sofrendo com altas taxas de desemprego e subemprego, especialmente entre os jovens. Promessas de atrair empresas, fomentar o empreendedorismo local e qualificar mão de obra seguem no campo da retórica.
A ausência de um programa municipal robusto de geração de emprego e renda é talvez um dos maiores gargalos da gestão. Em um município com vocação para comércio, turismo e agricultura, a falta de iniciativas concretas para movimentar a economia local é gritante.
Segurança pública: sem articulação nem estratégia
Embora a segurança seja, constitucionalmente, uma responsabilidade do Estado, os municípios têm papel fundamental na prevenção e apoio à atuação das forças policiais. Mas no Crato, nem mesmo a Guarda Civil Municipal tem recebido atenção.
A cidade enfrenta aumento de pequenos furtos, violência urbana crescente em bairros periféricos e ausência de projetos sociais que atuem de forma preventiva. Não há política municipal de segurança cidadã e, até agora, nenhuma ação articulada com o Governo do Estado foi anunciada.
Silêncio administrativo e ausência de liderança
Um dos principais pontos que chama a atenção nesses primeiros meses é o silêncio da gestão André Barreto. O prefeito raramente se manifesta publicamente, não apresenta projetos, não dá entrevistas, não presta contas à população. A sensação é de que há um vácuo de liderança no executivo municipal.
Mesmo contando com uma base aliada na Câmara e com a estrutura herdada da gestão anterior, André não se impôs politicamente nem administrativamente. Secretários agem sem direção, pastas estão paradas, e nenhuma grande obra ou programa foi iniciado.
A pergunta que não cala: quando o prefeito vai governar?
A decepção entre os cratenses é visível. O sentimento generalizado é de que a cidade está à deriva. André Barreto ainda não mostrou coragem política, nem ousadia administrativa, e parece distante das demandas reais do povo.
A oposição já se movimenta, os próprios aliados demonstram incômodo, e a população começa a perder a paciência. Para um prefeito que recebeu uma máquina pública funcionando e recursos disponíveis, o que falta é comando.
A pergunta que não quer calar — e que ecoa em cada canto do município — é direta e urgente:
Quando o prefeito André Barreto vai, de fato, assumir a Prefeitura do Crato?
O povo espera por respostas. O Crato merece mais. E o tempo, senhor prefeito, já começou a cobrar.
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